O que era pra ser uma tragédia anunciada se tornou uma das páginas heróicas imortais mais emocionantes da história. Estou falando da final da Copa do Brasil de 1996 entre Cruzeiro e o todo poderoso Palmeiras de, até então melhor treinador do Brasil, Vanderlei Luxemburgo.
A imprensa já dava como certa a conquista do time paulista, principalmente pela vantagem que o alviverde conseguiu na primeira partida da final: um empate em 1 a 1 em pleno Mineirão. O título da competição estava próximo do Palestra Itália de São Paulo, pois só bastava um empate em 0 a 0 para erguer a taça.
Os palmeirenses estavam confiantes e com razão, pois o time era um rolo compressor e suas estrelas, como Rivaldo, Júnior, Cafu, Luizão, Djalminha e Paulo Nunes, jogavam bonito. Não seria exagero classificar o Palmeiras de 1996 como a melhor agremiação do Brasil e, inclusive, foi apelidada de “máquina mortífera” por ter atingido a marca de mais de 100 gols no Campeonato Paulista daquele ano.
Com o grito de “é campeão” entoado por todo o estádio Palestra Itália que estava lotado, caminhões de chope e quilos de foguetes, encomendados pela diretoria alviverde, aguardavam os torcedores para comemorar a façanha inédita. Quem era o Cruzeiro para estragar a festa!
A partida começou e tudo aconteceu como todos esperavam. Palmeiras com força total sobre a Raposa. Logo aos 5 minutos do primeiro tempo, Luisão colocou o time paulista à frente do placar. Para o clube mineiro só restava a vitória para dar a volta olímpica e sair perdendo logo no início era o que os atletas celestes não queriam.
Mesmo com tanta pressão do time de Luxemburgo, o Cruzeiro conseguiu igualar o placar na raça com Roberto Gaúcho, aos 25 minutos do primeiro tempo. O gol de empate atiçou a ‘ira’ dos palmeirenses que foram pra cima da Raposa. Eles só não esperavam a inspiração de um atleta: o goleiro Dida.
A “muralha azul” só não fez chover naquela noite. Dida operou verdadeiros milagres para impedir o segundo gol palmeirense. A tensão do segundo tempo era de arrepiar, tanto para os palmeirenses, que jogavam em casa e assistiam um Palmeiras forte e que quase não errava em campo, como para os cruzeirenses, que sonhavam com o ‘impossível’.
Até que, aos 36 minutos da etapa final, algo inesperado aconteceu e fez com que Velloso se tornasse o vilão da noite. O goleiro palmeirense falhou ao tentar cortar um cruzamento de Roberto Gaúcho e a bola caiu nos pés do artilheiro Marcelo Ramos que abriu a torneia sobre o chope palmeirense: 2 a 1. O que era uma tragédia anunciada se tornou mais uma página heróica imortal.
A jornada épica do bicampeonato da Copa do Brasil do Cruzeiro foi uma das conquistas mais emocionantes da história do clube. Um jogo que ficou na história e que está registrado na memória de todos os cruzeirenses naquela noite de 19 de junho de 1996.
Uma menção especial aos guerreiros de 96: Dida, Vitor, Gelson, Célio Lúcio, Nonato, Fabinho, Ricardinho, Cleison, Palhinha, Marcelo Ramos, Roberto Gaucho, Ueslei, Marcos Teixeira, Edmundo, Luis Fernando Flores, Jean, Leo, William Andem, Reginaldo, Serginho, Belletti, Lelei, Rodrigo Posso e Harley. Técnico: Levir Culpi.
Em 2011, essa surpreendente conquista completa 15 anos. Foi a partir deste título, que outra página heróica foi escrita no ano seguinte. Mas aí é outra história.
Foto: Superesportes
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